A seca tem prejudicado a produção de leite em cidades de Santa Catarina. Em algumas delas, o prejuízo já chega a 30%. Isso porque as chuvas irregulares desde o ano passado deixam o pasto mais seco e comprometem a produção de milho para silagem, usada na alimentação dos animais. Ao menos 92 municípios decretaram situação de emergência por causa da estiagem.
Segundo dados da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão), somente em março e abril mais de 26 milhões de litros de leite deixaram de ser produzidos em todo o estado, o que representa cerca de R$ 33 milhões que deixaram de ser gerados pelos produtores.
No Sul catarinense, as perdas passam de R$ 10 milhões. Em Braço do Norte, referência na produção no estado, a queda registrada até o momento é de 30%. “São 1, 2 milhão de litros de leite que deixam de ser produzidos mensalmente. Isso nos dá um prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão por mês que deixa de girar”, disse Adir Rangel, secretário de Agricultura do município.
E além da queda nas vendas, os produtores também sofrem com o aumento do preço para poder conseguir produzir o leite e seus derivados. “Com essa seca os custos de produção também subiram, em torno de 40%, até porque boa parte da silagem a gente não conseguiu fazer na propriedade, ela está vindo de outras propriedades com custo muito maior “, disse o produtor Diogo Becker.
A cidade de Braço do Norte pretende decretar situação de emergência nesta semana. Com o decreto, a prefeitura pretende construir cisternas e fornecer equipamentos como bombas e mangueiras para os produtores tentarem amenizar os problemas provocados pela falta de água.m