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Perita cruza investigações e descobre autor de ao menos 9 estupros no RS

Suspeito foi preso na sexta-feira (16) e identificado por nove vítimas — Foto: Polícia Civil/Reprodução


Uma série de elementos encontrados em diferentes cenas de crime fez com que a perita criminal Grasiela Disegna, do Instituto Geral de Perícias do RS (IGP-RS), percebesse que uma mesma pessoa era a responsável por todos eles.

Em conjunto com diferentes delegacias da Capital, o esforço de investigação resultou na prisão, no último dia 16, de um homem de 44 anos, por ao menos nove estupros, cometidos ao longo de dois anos, na Zona Sul de Porto Alegre.

“Ele roubava e estuprava mulheres no local de trabalho delas. Uso de faca, mãos amarradas. Esperava um momento em que estivessem sozinhas. E normalmente trancava no banheiro. Atuava na Zona Sul de Porto Alegre”, resume a perita.

As coincidências levaram a um estudo, feito pela perita em conjunto com o colega Anderson Morales, de perfis de vítimas e de outras ocorrências semelhantes. “Destes locais [de crimes], dois tiveram atendimento de local pelo IGP”, comenta a perita.

Esse esforço, explica Grasiela, é incomum, pois envolve cruzamento de dados de diferentes casos. “Não é prática da perícia. Foi uma percepção que tive e fui atrás”, afirma.

O primeiro caso analisado pela perita foi em dezembro de 2019. Segundo o IGP, Grasiela percebeu que as característica eram similares a outro caso, atendido em fevereiro.

A suspeita levou à comparação do material genético coletado nos dois crimes, apontando para o mesmo autor. A partir desse resultado, mais casos começaram a ser analisados.

No dia da prisão do suspeito, Grasiela acompanhou a ação e o cumprimento de mandado de busca e apreensão, em que objetos que a perita já conhecia das análises anteriores foram localizados, como uma mochila.

Na delegacia, ela chegou a encontrar seis vítimas do homem. “Uma delas me disse: ‘agora vou poder voltar a viver, muito obrigada’” conta a perita. “Não há o que supere a sensação de ter feito a diferença e ajudado a fazer justiça”, conclui.

O homem foi identificado por nove mulheres. Ele já tinha sido preso, também por crime de estupro, em 2013, em Viamão.

Segundo a delegada Adriana Costa, o homem, cuja identidade não foi revelada, segue preso. Pelo menos um dos inquéritos, o que gerou o pedido de prisão, já foi remetido. A polícia trabalha na conclusão dos demais procedimentos a que ele responde.