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Municípios de SC alertam para represamento de testes de Covid-19 no Laboratório Central

Foto: Reprodução NSC/ TV

O Laboratório Central do Estado (Lacen) tem 4,8 mil exames do tipo PCR — que identifica a presença ativa do novo coronavírus – aguardando liberação. Autoridades municipais alertam que há um represamento no local e que isso pode estar ocorrendo pela falta de reagentes para análise. A demora para os resultados ficarem prontos pode indicar que os números de casos e de mortes por Covid-19 em Santa Catarina são maiores que os divulgados. Atualmente, segundo o governo do estado, são 279 óbitos e 20.921 registros da doença.

Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde diz que o Lacen recebeu na terça (23) uma remessa de 5,5 mil reagentes para a testagem e que esse total se soma aos outros 5 mil kits recebidos na última semana. Disse também que em 100 dias foram liberados 35 mil exames, sendo 870 somente na quarta (24). E informou que em maio houve aumento de 75% no número de exames processados em relação a abril e que os servidores estão atuando em horário prolongado para dar conta da demanda.

Um documento que embasou a decisão da prefeitura de Florianópolis para endurecer o fechamento de serviços nesta semana diz, entre outras coisas, que o atraso do Laboratório Central força a “navegar por instrumentos”. Cerca de 400 testes só da capital ficaram parados no Lacen entre os dias 8 e 21 de junho.

“O ‘navegar por instrumentos’ significa a gente fazer projeção dos dados. Com esse atraso da liberação dos exames do Lacen, essa nossa projeção não foi nem da semana passada, foi de 15 dias [atrás]”, disse a gerente de Vigilância Epidemiológica da cidade, Ana Cristina Vidor.

Outras cidades têm enfrentado situação parecida. Em Itajaí, no Vale, que é a segunda no estado em número de casos e de mortes pelo novo coronavírus, são pelo menos 213 testes represados, alguns aguardando resultados desde o dia 12. Em Joinville, no Norte, são 392 análises em espera.

Uma das explicações para a demora seria a falta de reagentes. O município que chamou a atenção para isso foi Chapecó, no Oeste. Nos boletins epidemiológicos divulgados nos dias 18 e 19 de junho, afirma que há ausência de insumos para análise dos exames e que isso estava reduzindo a liberação dos resultados.

Em Concórdia, também no Oeste, a prefeitura está tentando alternativas e mandou um projeto de lei à Câmara de Vereadores para autorizar a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a analisar os testes.

“Esses testes têm sido represados e isso acaba prejudicando. A gente sabe que um dia a menos, dois ou três dias, enfim, isso pode salvar vidas e estamos aguardando que a Câmara delibere favoravelmente a esse projeto para que a gente possa repasar esses recursos e a Embrapa retomar essa atividade”, disse o prefeito Rogério Luciano Pacheco.

Fonte: G1