O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou uma vereadora de Tigrinhos, no Oeste catarinense, além de outros três homens, por envolvimento no homicídio de um idoso de 63 anos, morto com cinco tiros em fevereiro deste ano. A parlamentar e um dos denunciados tiveram a prisão preventiva decretada no sábado (2), mas a informação foi divulgada na segunda-feira (4).
O advogado Marcelo Furtado, que defende a vereadora Juliana Pereira de Oliveira (PT), disse em nota que “os fatos não ocorreram da forma conforme vem sendo amplamente divulgado. Parte do que foi exposto na mídia não passa de uma história fantasiosa contada de forma unilateral apenas pela acusação, desprezando os fatos já devidamente comprovados pela defesa nos autos investigativos”. Por fim, afirmou que, como o caso tramita em segredo de justiça, não entrará em detalhes.
A prefeitura do município também foi procurada pela reportagem, mas não havia retornado.
Segundo as investigações, o crime teria sido motivado por desavenças em relação à cobrança de suposto aluguel de uma residência (leia mais abaixo). A mulher e um dos suspeitos estão presos temporariamente desde o dia do crime. Outros dois envolvidos tiveram medidas cautelares impostas pela Justiça.
Além do homicídio, a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Maravilha, na mesma região, também denunciou a mulher e o suposto cúmplice por denunciação caluniosa. O órgão também pediu uma cópia da ação penal à Câmara de Vereadores de Tigrinhos para iniciar um processo de cassação do mandato da parlamentar.
O g1 SC questionou se o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) aceitou o pedido do órgão. Até as 10h, não houve retorno. O caso está em sigilo.
Crime
Segundo o MPSC, em 3 de fevereiro a vereadora e um dos denunciados teriam se dirigido à Delegacia de Polícia de Tigrinhos e registrado um boletim de ocorrências, afirmando que a vítima, Osmar Alves Pereira, se recusava a desocupar um imóvel que supostamente seria dela.
No depoimento, a mulher teria afirmado que o idoso a ameaçou com um facão quando ela pediu que ele abandonasse a casa. As apurações concluíram, no entanto, que a falsa comunicação teria “o objetivo de conseguir impunidade em relação ao crime de homicídio que viria a ser praticado no dia seguinte”, informou o MP.
De acordo com o órgão, o terreno e a casa já não pertenciam à mulher há cerca de seis meses, quando foram entregues a uma cooperativa de crédito como pagamento de uma dívida dela com a instituição financeira.
Mesmo assim, a vereadora continuou exigindo que o ocupante do imóvel, que chegou a ser inquilino, continuasse pagando aluguel a ou desocupasse a casa por falta de pagamento. O morador mostrava interesse em adquirir o imóvel diretamente com a cooperativa de crédito, de acordo com o MPSC.
Em 4 de fevereiro, conforme o MPSC, a vereadora e o cúmplice, que havia a acompanhado na delegacia, teriam se juntado a outros dois acusados e se dirigido, em dois carros, até a caso do idoso.
O Ministério Público concluiu que os últimos homens teriam ajudado no transporte da vereadora e do comparsa, além de terem ocupado posições estratégicas na propriedade, para impedir a fuga da vítima. O idoso foi morto com cinco tiros, que teriam sido disparados pelo cúmplice da vereadora.
Fonte: G1