Algumas das principais cidades de Santa Catarina têm enfrentado lotação nas Unidades de Terapia Intensiva públicas em meio à pandemia do novo coronavírus. Entre elas estão Balneário Camboriú, no Litoral Norte, e em Itajaí e Blumenau, no Vale do Itajaí.
Estado tem 6,7 mil casos de Covid-19, incluindo 105 mortes.
Balneário Camboriú
A secretária de Saúde do município, Andressa Hadad, informou que por causa da lotação da UTI do Hospital Ruth Cardoso, sete pacientes que também precisam de vaga na unidade de terapia intensiva estão aguardando a transferência no Pronto-Socorro.
Quatro na sala de emergência, que na verdade tem capacidade para dois. E três, em estado gravíssimo, na sala de sutura que foi fechada para priorizar esses atendimento extremamente graves.
“Nosso hospital está hoje com 109% de lotação, ou seja, com superlotação. Se não houver atitude imediata do estado para ajudar nossa região, já que o hospital Marieta [Konder] também está na mesma situação, a saúde do nosso município entrará em colapso.
Ainda no domingo, dia 24, recebemos a informação via regulação que iríamos receber pacientes da macrorregião no nosso centro do Covid-19, onde recebemos dois pacientes. Então, como ficaremos? A superlotação no Covid-19 também ocorrerá nos próximos dias? Essa é a pergunta que eu deixo para todos. Precisamos imediatamente da ação do estado na nossa região”, disse.
Andressa informou ainda que nesta segunda, 50% dos leitos de UTI exclusivos para o atendimento de pacientes com Covid-19 estão ocupados. Ela disse que foi pedida reunião com o governo do estado para a manhã desta segunda, mas até as 10h ainda não havia recebido resposta sobre uma possível conversa com o superintendente de regulação.
Por nota, o Governo do Estado disse que vem atuando para ampliar a rede hospitalar de Santa Catarina e que desde o início da pandemia foram abertos mais de 396 novos leitos no estado. E que na última semana o estado conquistou a habilitação de 125 novos leitos de UTI, incluindo nove novos leitos para o Hospital Municipal Ruth Cardoso.
O texto cita também os bons índices com relação ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, com a menor taxa de letalidade das regiões Sul e Sudeste. A nota termina com a informação de que a equipe técnica analisa diariamente a evolução da curva para a adoção de medidas que proporcionem o pleno atendimento à população catarinense.
Sobre o pedido de uma reunião com a secretaria de saúde de Balneário Camboriú, a assessoria do Estado informou que existe essa possibilidade.
Itajaí
A a assessoria do Hospital Marieta Konder Bonhausen informou que, às 11h desta segunda, os 15 leitos de UTI credenciados pelo Sistema Único de Saúde para atender pacientes com Covid-19 estão ocupados.
A direção clínica precisou utilizar outros três não credenciados, já acima da capacidade. Com isso, há apenas mais duas vagas disponíveis na terapia intensiva que não são credenciadas pelo SUS.
A assessoria informou ainda que o Hospital Marieta vem mantendo contato frequente com o Governo do Estado. O estado não respondeu aos questionamentos da reportagem da NSC sobre a situação desse hospital.
Blumenau
Até o início da tarde desta segunda, não foram dadas informações atualizadas sobre a ocupação dos leitos públicos de UTI do Hospital Santo Antônio. Na sexta (22), o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) anunciou mais 15 novos leitos de terapia intensiva na cidade para reforçar a capacidade de atendimento da rede municipal de saúde no enfrentamento da Covid-19.
Dez desses leitos ficarão no Hospital Santa Isabel, com um investimento de R$ 3,5 milhões que incluem a compra de um gerador. Os outros cinco serão no Hospital Santo Antônio, unidade que também terá os atuais 15 leitos reformados, tudo a um custo de R$ 2, 6 milhões.
No total, serão necessários cerca de R$ 6 milhões, dinheiro que, segundo o prefeito, virá do Ministério da Saúde.
Agora, a prefeitura de Blumenau vai buscar junto ao governo do estado respiradores para equipar esses leitos e baratear o investimento de R$ 6 milhões para R$ 5 milhões. A ideia é conseguir 15 dos 500 aparelhos que a empresa WEG vai fornecer ao Estado. A reportagem da NSC perguntou ao governo se essa proposta do município será considerada, mas não obteve retorno.