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Fiocruz identifica seis linhagens do novo coronavírus no Brasil

Pesquisadores da Fiocruz identificam linhagens do novo coronavírus (Foto: Josué Damacena/ Fiocruz)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou a circulação de pelo menos seis linhagens da Sars-CoV-2, causador da Covid-19, nos primeiros meses da pandemia no país. O sequenciamento genético foi liderado por especialistas do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo e do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

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São amostras de 95 pessoas de nove estados e do Distrito Federal, coletadas entre os dias 29 de fevereiro e 28 de abril. As sequências foram comparadas à outras 3.764 disponíveis no GISAID – principal fonte de dados genômicos do novo coronavírus e do vírus Influenza.

Após análises, seis linhagens foram detectadas: A.2, B.1, B.1.1, B.2.1, B.2.2 e B.6. A maior parte delas foi classificada como clade – grupo de organismo originado de um ancestral comum – B.1, tendo maior predominância da subclade B.1.1. Esta pode ter se espalhado pelo país, indicando a causa da rápida transmissão comunitária em escala nacional.

“O clade B.1.1 foi a única linhagem detectada em indivíduos sem histórico recente de viagem internacional, enquanto quatro linhagens diferentes foram detectadas entre os seis indivíduos com histórico recente de viagem internacional, ou seja, casos importados e seus contatos”, explicou a pesquisadora Paola Cristina Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC e líder do estudo.

Resultados do estudo apontam que esta linhagem pode ter surgido em 02 de fevereiro na Europa e chegado no Brasil em poucas semanas, se espalhando nas diferentes regiões do país em março. A mesma sequência foi encontrada em países vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, mas também nos Estados Unidos, Austália, Reino Unido e Canadá.

Mesmo assim, foi identificado que houve duas substituições de aminoácidos na estrutura do vírus, quando feita a comparação. Os pesquisadores denominaram esta linhagem, portanto, como B.1.1.BR. e precisarão de estudos complementares do sequenciamento para fundamentar que a mutação interfere, por exemplo, em fatores como transmissibilidade e impactos da infecção.

Para Paola, “a caracterização das linhagens virais permite compreender o tipo de vírus que está circulando em determinada região e realizar comparações acerca da circulação das linhagens entre os países e até mesmo dentro do país. É um passo importante para entender como a linhagem está se comportando e se dispersando em cada região geográfica.”

 

Fonte: CNN