A parlamentar do estado do Arkansas (EUA) Joyce Elliott, que buscará uma vaga no Congresso norte-americano em novembro, foi apenas a segunda estudante negra no ensino médio de sua escola – a primeira foi sua irmã mais velha. Se eleita, ela será a primeira deputada negra de seu estado em Washington.
No momento em que os Estados Unidos lutam contra a pandemia do novo coronavírus, que vem infectando e matando negros desproporcionalmente, e testemunham tumultos contra a violência policial, um número recorde de mulheres negras está concorrendo ao Congresso.
Elliott é uma de pelo menos 122 mulheres negras ou multirraciais que disputarão cadeiras no Legislativo federal na eleição deste ano. O número aumenta constantemente desde 2012, quando foi de 48, de acordo com o Centro para Mulheres e Políticas Americanas (Cawp).
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Agora que a temporada de primárias se aproxima do fim, quase 60 mulheres negras ainda estão no páreo, segundo o grupo Collective PAC.
“As pessoas estão ficando mais acostumadas a ver tipos diferentes de pessoas no Congresso. Você não sabe como é ter mulheres negras poderosas no Congresso até ver essas mulheres”, disse Pam Keith, veterana da Marinha e advogada, que concorre na primária democrata em busca de uma vaga pela Flórida.
As mulheres negras são quase 8% da população dos EUA, mas 4,3% do Congresso, de acordo com relatório do Centro para Mulheres e Políticas e Alturas Maiores da América, um comitê de ação política que visa a eleger mais mulheres negras progressistas para cargos públicos. Elas estão sub-representadas em vagas executivas em todo o estado, e também entre os prefeitos, segundo o relatório.
As eleitoras negras, no entanto, tiveram o maior índice de participação de qualquer grupo nas eleições presidenciais de 2008 e 2012.
Historicamente, as mulheres negras sempre tiveram mais probabilidade de vencer em distritos de maioria negra, mas neste ciclo eleitoral muitas estão concorrendo em distritos mistos ou de maioria branca – alguns dos quais votaram anteriormente em republicanos.
Várias das oito candidatas negras ao Congresso, com as quais a Reuters conversou, disseram que se identificam melhor com os eleitores do que seus oponentes frequentemente mais ricos, porque elas também passaram por adversidades.
Fonte: Agência Brasil