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Estudo do Tribunal de Contas indica que SC terminará o mês com mais de 7 mil casos de coronavírus

A segunda etapa de um estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), para estimar a evolução da pandemia do novo coronavírus em Santa Catarina, indica que chegaremos ao fim do mês com 7,4 mil casos confirmados – um crescimento de 220% em 30 dias.

A análise cruza dados de 114 localidades, incluindo outros países e outros estados brasileiros, para projetar qual a tendência de comportamento da doença.

Apesar da progressão em número de casos, a ocupação de leitos de UTI por pacientes com coronavírus – uma das maiores preocupações dos gestores públicos, para quem o estudo é direcionado – deve chegar ao fim deste mês em 30%.

A projeção avalia a relação entre o números de leitos existente, e o crescimento da doença no Estado. “Caso a tendência em novos casos em Santa Catarina siga o observado em outras regiões do mundo, conforme pesos dados pela metodologia do controle sintético, não haverá saturação do sistema de saúde estadual no mês de maio”, afirma o estudo.

A análise estatística é feita pelo técnico do Tribunal, Silvio Sallum, em parceria com o professor Francis Petterini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os especialistas avaliam variáveis demográficas, populacionais, de renda, climáticas e culturais.

Na primeira etapa do trabalho, em abril, a projeção ficou muito próxima da realidade – o Estado terminou o mês com 2,3 mil casos de coronavírus confirmados.

Embora indique evolução rápida no número de contaminados, a pesquisa também aponta que o índice de letalidade da covid-19 segue reduzido, em comparação com a média nacional. A estimativa é fechar o mês de maio com 88 óbitos.

O menor grau de letalidade se explica pela taxa de contaminação dos idosos – população mais vulnerável a complicações. Em SC, essa taxa é de 16%. No Rio de Janeiro, por exemplo, chega a 28%.

Monique Portella, diretora de Atividades Especiais do TCE/SC, afirma que a situação relativamente confortável do Estado, em relação à ocupação de leitos, não deve ser motivo para relaxar o isolamento social.

– Não dá para relaxar. Tudo isso é fruto do que se fez até agora. É um balizador. Com certeza até o fim de maio não teremos chegado ao pico da pandemia ainda – alerta.

Ela diz que há indícios que mostram que o isolamento antecipado em Santa Catarina, com o fechamento de alguns setores, trouxe benefícios em relação à evolução da pandemia. O que dá margem, afirma, para a liberação de alguns setores – como de fato ocorreu.

Mais mortes por doenças respiratórias

 

Um dos dados estatísticos do estudo, no entanto, levanta dúvidas sobre a possibilidade de subnotificação de óbitos por covid-19 em Santa Catarina. O TCE pediu à Secretaria de Estado da Saúde números mensais de mortes por doenças respiratórias nos últimos quatro anos, e o resultado mostrou que a média vem sendo superada desde janeiro.

Doenças respiratórias (Foto: Reprodução TCE/SC)

Em março, houve 68 mortes por doenças respiratórias a mais do que na média de 2016 a 2019 para o mesmo mês – um total de 392.

O estudo sugere aprofundamento das análises nesse quesito: “Embora esses dados podem indicar a existência de subnotificação de mortes pela Covid-19 no estado, eles não são conclusivos, devendo uma análise mais aprofundada ser efetuada para uma estimação precisa sobre a existência, ou não, de subnotificação de mortes por Covid-19 em Santa Catarina”.

Doenças respiratórias (Foto: Reprodução TCE/SC)

Fonte: NSC