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Dólar recua a R$ 4,83 e renova menor patamar desde março de 2020

Foto: Reuters/Rick Wilking

O dólar fechou novamente em queda nesta quinta-feira (24), engatando o sétimo dia seguido de baixa e renovando o menor patamar desde março de 2020. Os investidores reagiram ao patamar atraente dos juros básicos no Brasil e à disparada nos preços das commodities.

A moeda norte-americana recuou 0,25%, cotada a R$ 4,8319. Na mínima da sessão, chegou a R$ 4,7655. O dólar voltou a fechar no menor patamar desde 13 de março de 2020 (R$ 4,8127).

Já o Ibovespa fechou em alta.

Na quarta-feira, o dólar caiu 1,43%, a R$ 4,8438 . Com o resultado desta quinta, passou a acumular queda de 3,66% na semana e 6,29% no mês.No ano, tem baixa de 13,33% frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?

As atenções dos investidores seguiram voltadas para a guerra na Ucrânia e para potenciais novas sanções contra Rússia com a chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Bruxelas para reuniões da Otan, do G7 e da União Europeia.

O preço do petróleo seguiu negociado acima de US$ 120 o barril e as bolsas europeias recuaram em meio a persistentes temores de escassez de oferta de commodities, o que tem impulsionado o preço de produtos como milho, trigo e petróleo desde o fim de fevereiro.

Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, incluindo o real, têm se beneficiado.

Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias também têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.

“Parece-nos fato que o atrativo diferencial de juros impõe sua lógica, com os investidores estrangeiros aproveitando para ir às compras na B3, atrás de empresas de commodities”, destacaram os analistas da Mirae Asset.

O Banco Central elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para este ano, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada pelo segundo ano seguido em 2022.

Os investidores monitoraram também a trajetória dos juros na economia global. O banco central dos Estados Unidos elevou os juros em 0,25 ponto percentual na semana passada, e algumas de suas autoridades têm repetido que estão dispostas a, eventualmente, aumentar a dose de ajuste para 0,5 ponto.

Entenda a queda do dólar e a projeção para o futuro.

 


 

Fonte: G1