Você já ouviu falar em alguém que tem o olho maior que a barriga? Pois uma cobra moradora de Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, é a versão animal deste ditado popular.
O biólogo Christian Raboch, que trabalha na Fujama (Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente), conta que fez o resgate da cobra coral-verdadeira na semana passada, em uma casa da cidade, e notou que ela tinha algumas bolas pelo corpo, como é possível ver na foto do momento do resgate. Na hora, a equipe pensou que se tratava de um calo ósseo e a serpente foi enviada para a sede do órgão.
Porém, no dia seguinte, ao entrar na sala onde ficam as cobras resgatadas, Christian notou um cheiro forte e, quando abriu a caixa onde estava a coral, se deparou com uma surpresa: a serpente havia comido uma cobra dormideira muito maior que ela e, como não deu conta de digerir a vítima, acabou vomitando a comida inteira.
Christian explica que é comum corais se alimentarem de outras cobras e que, às vezes, até acabam morrendo porque tem o sistema digestório danificado. “Elas geralmente comem cobras menores que elas e foi curioso porque ela acabou regurgitando ao sentir que não ia conseguir se alimentar daquilo ali”, fala.
O número de resgates de serpentes tem aumentado em Jaraguá do Sul e o biólogo observa que há dois motivos para isso: o primeiro é que, por causa das altas temperaturas, as cobras e lagartos, que têm sangue frio, ficam agitados e saem para buscar comida.
Já o segundo é que os moradores têm conhecido cada vez mais o trabalho de resgate de animais como esse. “Se antes as pessoas matavam, agora chamam o resgate”, ressalta Christian. Só em janeiro, a Fujama resgatou 44 animais silvestres, a maioria serpentes e gambás.
Fonte: ND+