Nova estação começa no próximo dia 20. Veja a primeira parte do especial de meteorologia que indica como o tempo deve se comportar nos próximos meses
Junho é um mês importante para a meteorologia, pois traz a mudança de estação para o inverno. Ele tem início do próximo dia 20, às 18h44 no Brasil. A nova estação se caracteriza por temperaturas baixas, dias mais curtos e noites mais longas, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, onde essas características são mais marcantes.
Confira as tendências climáticas para o período entre o inverno e a primavera na região Sul, no especial de meteorologia que também vai trazer as indicações para as demais regiões brasileiras nos próximos dias. Lembre-se que as simulações meteorológicas de longo prazo podem sofrer alterações.
Inverno
As frentes frias mais frequentes e ativas mantêm a chuva acima da média sobre boa parte do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina em junho, de acordo com atualização das simulações CFSv2 (americana) e ECMWF (europeia). Entretanto, o mesmo bom desempenho registrado em maio em Santa Catarina e Paraná já não será igual em junho.
À medida que se avança para norte, as frentes frias não terão amplitude suficiente para levar grande quantidade de chuva ao Paraná e Santa Catarina. Trata-se de um efeito do resfriamento do Pacífico, embora ainda esteja em neutralidade. Ambas as simulações indicam chuva inferior à média no noroeste do Paraná. Já na maior parte desse estado e no norte de Santa Catarina, as previsões indicam algo entre a média e abaixo da média. Por fim, no sul de Santa Catarina, as simulações indicam precipitação entre a média e acima da média.
Apesar do início do mês com temperaturas baixas, as ondas de frio já não chegarão com a mesma frequência no decorrer de junho e, por isso, esperam-se temperaturas acima da média nos três estados da região. No noroeste do Paraná, inclusive, a temperatura máxima pode ficar até 4°C acima do normal.
Detalhando-se mais a previsão, no Rio Grande do Sul, aparecem pelo menos quatro frentes frias chuvosas em junho, sendo a última na segunda quinzena, a que mais irá trazer chuva ao estado. Além disso, a temperatura ficará acima da média em junho, mas pode haver uma queda mais acentuada da temperatura justamente com a passagem dessa frente fria do fim de junho.
Em Santa Catarina, há previsão de elevada frequência de chuva na primeira quinzena do mês. Mas a segunda metade de junho promete ser menos chuvosa. Além disso, o frio será mais intenso no primeiros 15 dias.
No Paraná, a chuva será ainda mais irregular, com boa parte dos acumulados mais elevados apenas nos primeiros dez dias de junho. Além disso, as duas ondas de frio previstas para os extremos do mês (no início e no fim) têm intensidades parecidas.
Especificamente no noroeste paranaense, região que receberá menos chuva e terá maior desvio de temperatura, há previsão de precipitação significativa apenas na primeira semana do mês, algo que manterá a estiagem na região. Também aparecem duas ondas de frio, mas ambas deverão gerar mínimas acima de 10 °C. Além disso, na metade do mês, não será estranho uma sequência de dias com temperatura máxima acima de 30 °C.
Em julho, as frentes frias continuam mais ativas do que o normal no extremo sul. levando chuva acima da média ao Rio Grande do Sul. O Paraná e o norte de Santa Catarina, por outro lado, devem registrar chuva inferior à média. A precipitação, mesmo que fraca, ajuda no desenvolvimento das culturas de inverno, mas não evita a diminuição do nível de reservatórios.
As ondas de frio intensificam-se em julho, mas o frio extremo somente será sentido no Rio Grande do Sul e oeste e sul de Santa Catarina. O Paraná, especialmente o norte do estado, permanecerá sob temperatura acima da média.
A tendência é de chuva cada vez mais fraca à medida que se avança no tempo. Natural, já que a temperatura do oceano Pacífico diminui cada vez mais até agosto, indicando a possibilidade de La Niña no fim do segundo semestre. Nesse mês, as simulações mais otimistas indicam chuva acima da média apenas no sul e leste gaúchos e sul catarinense, ou seja, somente nas áreas mais próximas da costa dos dois estados.
Na maior parte do interior do Rio Grande do Sul, a chuva fica dentro da média, enquanto o norte do estado, todo o Paraná e ainda norte e oeste de Santa Catarina terão um mês com precipitação inferior à média.
Apesar de frentes frias chuvosas mais fracas, as ondas de frio se intensificam e avançam pelos três estados da região, gerando geadas mais amplas em agosto.
Primavera
Na primavera, entre setembro e novembro, a simulação probabilística da Universidade de Colúmbia (IRI) indica maior chance de chuva inferior à média entre o leste do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina, e maior chance de chuva acima da média no norte do Paraná.
Mas isso não garante chuva bem distribuída nos três meses da estação. A tendência é de que a precipitação aconteça em áreas diferentes da região Sul no período, trazendo uma instalação irregular da safra de verão. Além disso, há maior chance de temperatura acima da média no Rio Grande do Sul e oeste do Paraná e de Santa Catarina.
Fonte: Canal Rural