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Coluna | São as pessoas que importam | Da força interior

Coluna: São as pessoas que importam, de Odair Balen. Imagem: Barriga Verde Notícias

Trabalho há muitos anos em uma entidade do terceiro setor. Fui aprendendo aos poucos como atender demandas públicas com recursos particulares. Sensibilizar parceiros do Investimento Social Privado (ISP) para receber apoio talvez seja das coisas mais difíceis, e que requer da entidade responsabilidade e transparência.

Trabalhar para a inclusão social de jovens e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade é algo desafiador. Falo isso porque a partir do momento que o jovem frequenta meio dia de escola e meio dia de Programa, no final da tarde volta a conviver com a família. Nesse momento, a vivência do jovem tem pela frente problemas sérios de famílias desajustadas, pobres, com violência de diversos tipos, algumas apenas, não todas, pessoas que pouco se importam em atuar para mudar a vida para patamares melhores do desenvolvimento humano. Ou seja, pouco estimulam, não dão bons exemplos, convivem com o tráfico e a ilegalidade, e parte das mães mais quer se livrar dos filhos durante meio período, do que estão interessadas no crescimento e fortalecimento dos próprios filhos.

É necessária força interior para superar essas atravessadas do grupo familiar, melhorar a própria estima e confiança pessoal, para enriquecer-se e desenvolver protagonismo para superar as dificuldades que a vida impõe. Conheço muitas famílias que repetem e repetem o mesmo ciclo de vida durante anos, mesmo trabalho, pouco estudo dos membros da família para evoluir e agregar valor e qualidade pessoal, limitadas em suas ambições com muita pobreza, pouco se esforçam para que seus filhos fujam desse ciclo vicioso que leva à exclusão, e esta leva à marginalidade e à criminalidade.

Como sensibilizar os pais ou responsáveis por esses jovens que vivem coisas boas durante o dia, e à noite se obrigam a conviver com ambientes tóxicos? O comportamento é determinado pelo ambiente em que vivemos, e as escolhas pessoais determinarão o futuro. Cabe aos jovens compreender que, para fugir da sina da pobreza vivida pelos pais e que impôs muitas limitações na vida, novos valores devem entrar na vida pessoal, e então, o esforço próprio levará ao alcance dos sonhos pessoais. Viva o esforço e o mérito próprio.

Odair Balen


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