Coluna | Bússola do Gestor
Por que ser um voluntário?
É muito provável que quando nos perguntamos o porquê de participar de algum movimento ou trabalho voluntário, a resposta mais esperada seja: Ajudar o outro, contribuir com o próximo; ou alguma resposta composta por frases com verbos e substantivos similares a estes.
É inegável que o trabalho voluntário é imprescindível no Brasil e ajuda milhões de pessoas. Entretanto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), entre 2018 e 2019, o trabalho voluntário sofreu uma queda de participação de 300 mil pessoas.
Mas por que uma coluna de gestão trouxe a tona a temática?
Primeiramente, vivi diversas experiências voluntárias durante as fases da minha vida que me fizeram notar o potencial de transformação que um voluntariado pode nos presentear. Participei do Interact Club, assumi diversos cargos de liderança, incluindo a presidência na AIESEC em Chapecó, mergulhei em uma jornada de auto conhecimento e desafios através do meu intercâmbio voluntário em uma ONG na capital do Panamá, e hoje faço parte da Academia de Talentos do CEO do Futuro.
O trabalho voluntário nos transforma, nos humaniza e nos desenvolve de maneira que outras instituições comuns não conseguem, e isso ocorre porque o voluntariado nos tira da zona de conforto de uma forma única. Não se trata somente de desafios como aprender uma nova função e habilidade; mas o lado de fora da zona de conforto que o voluntariado nos leva; trata-se de enxergar pessoas como pessoas, enxergar a nós mesmos de forma mais profunda, entender sobre privilégios e entender sobre o papel de protagonista da mudança e da transformação, que o voluntário deve carregar consigo para experiências após o trabalho voluntário. O ambiente de voluntariado nos leva ao ponto de iniciarmos questionamentos internos sobre nossos valores pessoais e nosso propósito.
Ter auto conhecimento a ponto de descobrir seu propósito (seja ocasional ou final), é um fator chave para todo gestor pois, para um negócio ter uma missão, um porquê de existir, o seu gestor precisa carregar consigo um propósito; e para que tornemos o mundo empresarial mais humano, precisamos enxergar as pessoas a nossa volta e ter empatia por elas.
Referências:
AIESEC <https://aiesec.org.br/a-aiesec/>
CEO do Futuro <https://ceodofuturo.org.br/>
Interact Club <https://www.rotary.org/pt/get-involved/interact-clubs>
Valor Econômico <https://valor.globo.com/>
José Eduardo Carneiro Domingos dos Santos
Acadêmico de Administração
Co-fundador da Educere – Cursos e Treinamentos