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Chapecó: Idosa aguarda 17 dias para saber resultado de exame do COVID-19

No final do mês de maio começaram a aparecer os primeiros sintomas, mas foi orientada a aguardar três ou quatro dias para realizar o teste. No dia 01 de junho, Celi Neuhaus, conseguiu realizar o exame.

De lá pra cá, já se passaram 17 dias, em que a paciente aguarda o resultado dos exames de Covid-19, realizados na Unidade de Saúde do Alta Floresta, bairro de Chapecó.

A trajetória de Celi com o coronavírus é bastante alarmante, há começar pela realização do exame. No dia 01 de maio, chegou cedo, por volta das 7h30min, à Unidade de Saúde.

Ao longo da manhã, mesmo com muitas dores de cabeça, precisou aguardar em um espaço sem higienização e com cerca de 40 pessoas para realizar o exame. A aglomeração, segundo a paciente era composta, principalmente, por idosos e crianças.

Celi, que recentemente realizou um procedimento cirúrgico e houve complicações posteriormente, como o surgimento de trombose, na fila precisou ser amparada pela filha, Ivete Lovane Neuhaus, para erguer as pernas e evitar que caísse em vista de um desmaio.

Foi somente no final da manhã, por volta das 11h30min, que Celi conseguiu realizar os exames. A testagem foi realizada depois de muitas ligações da neta para a Unidade de Saúde, que estava no trabalho e buscava ajudar a tia e avó.

A filha de Celi, foi orientada a não realizar o teste, pois, como convive com a mãe, seria considerada suspeita, e recebeu atestado médico, por 14 dias.

As duas, depois de 5 horas de espera na Unidade de Saúde, foram pra casa, sem medicamentos, apenas no aguardo do resultado do exame e na pressão psicológica de testar positivo para a doença e se manter afastadas do restante da família.

Em casa, em isolamento, começou uma nova batalha. Primeiro o enfrentamento aos inúmeros sintomas como dor de barriga, dor de cabeça e náusea. A febre, presente todos estes dias, estava bastante alta, segundo à família, todos os dias Celi teve febre. “Eu não pude comer, minha nossa, tinha que morder o dentes para engolir, fui comendo aos poucos, hoje fui comendo. Não era fácil”, afirma Celi.

Em seguida, a luta para conseguir o resultado com a Unidade de Saúde. Foram inúmeras ligações, inúmeras mensagens trocadas com a agente de saúde e a equipe de profissionais de saúde do Alta Floresta, para receber até hoje, respostas negativas.

A última resposta foi através de um áudio, na sexta-feira 12 de junho:

“Eu falei com a “moça do posto” e ela disse que tá com problema a máquina, a impressora eu acho, daí eles não estão conseguindo imprimir os exames”.

Com essa resposta, foi questionado sobre apresentar o resultado do exame à família pessoalmente, ou de modo online, mas não foi obtido resultado.

Nesta quarta-feira, 17 de maio, dona Celi recebeu o resultado do exame de Covid-19. Segundo o material o resultado é negativo, mesmo a família acreditando fielmente que os sintomas apresentados pela paciente, sejam sinônimos de Covid-19.

A família além de se preocupar com o fato da mãe precisar aguardar mais de 5 horas na na fila do exame, mandar inúmeras mensagens para obter o resultado, questiona o papel do Sistema Único de Saúde municipal que ignorou o fato dele estar ainda se recuperando de um câncer e estar com trombose.

“O que mais preocupa a família é que além de ser pessoa idosa, estava de pós operatório com trombose, ou seja, se fosse alguma infecção decorrente do problema de coagulação ou trombose, não teve como tratar”, comenta a neta de Celi.

O que diz a Prefeitura sobre os exames

Na última live realizada pela prefeitura de Chapecó, na segunda-feira (15), foram feitos breves apontamentos em relação a entraves com o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lasen).

“Estamos com dificuldades com os insumos do Lasen. A expectativa é que está semana se normalize esta situação”, apontou a diretora técnica da Comissão de Respostas ao Coronavírus, Aldarice Pereira da Fonseca.

No entanto, mesmo tendo consciência da situação, e a consequente espera dos pacientes, os agentes públicos não indicaram ações efetivas frente a questão.

Somente alertas à população relacionadas ao cumprimento das medidas de isolamento social, uso de máscara e álcool em gel foram feitos. Além disso, recomendações para busca dos atendimentos foram extremamente destacados nas falas.

A preocupação com estes pacientes, que por dias aguardam respostas e tratamento eficaz para melhora dos sintomas da Covid-19 não foi demonstrada. E tampouco preocupação na investigação e tratamento no caso de ser outra doença.

 

Fonte: Barriga Verde Notícias

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