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Acidentes de moto equivalem a 80% dos atendimentos no pronto socorro

Ortopedista Mauricio Fabiani (Foto: Oh Fotografias)

Dia 27 de julho é o dia do Motociclista e você sabia que eles são as principais vítimas de mortes e acidentes com fraturas no trânsito? As motocicletas ocuparam o espaço urbano como eficientes ferramentas de transporte e trabalho diante do trânsito congestionado das grandes cidades.

A ineficiência do transporte coletivo, o mercado de tele entregas, a possibilidade de renda para jovens sem qualificação profissional e a facilidade de aquisição de uma motocicleta contribuíram para crescimento em cinco vezes, em relação ao aumento da frota de automóveis. Estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra que a frota de motocicletas no país é de 26,4 milhões de unidades.

Ou seja, a motocicleta tornou-se o meio de transporte individual mais popular do Brasil. Entretanto, a forma de condução e a vulnerabilidade do condutor e passageiro contribuíram para o aumento dos acidentes envolvendo motociclistas, principalmente jovens do sexo masculino, e suas principais vítimas, os pedestres.

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Os condutores de motocicletas são considerados o grupo prioritário em programas de prevenção, com riscos sete vezes maior de morte, quatro vezes maior de lesão corporal e duas vezes maior de atropelar um pedestre, quando comparados aos automobilistas.  O custo dos acidentes de trânsito envolvendo motociclistas foi estimado em R$ 5,3 bilhões entre 1998 e 2006, correspondendo a R$ 1.400,00 por moto em circulação.

De acordo com o ortopedista, Mauricio Fabiani, mais 80% dos acidentes de trânsito que chegam até o pronto socorro são de motos. É um problema de saúde pública que põe em risco a vida de muitas pessoas, principalmente homens. As fraturas podem ser diversas, que retiram o trabalhador do mercado de trabalho por um bom tempo.

Segundo o ortopedista, os tipos de lesão mais frequentes são: ferimentos, após vem as fraturas, depois os hematomas; e por último a traumatismos crânio-encefálicos. Se o risco de morrer em uma colisão de automóvel já é significativo, sobre uma motocicleta essas chances são 20 vezes maiores. Esse número sobe para 60 vezes se a pessoa não estiver usando o capacete, item obrigatório pela legislação.

Trânsito mais violento

Considerado um dos países com o trânsito mais violento do mundo nos últimos anos, o Brasil tenta conter o alto número de acidentes. Desde a implantação do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em 1998, a taxa de mortalidade mantém-se estável (em torno de 20 mortes por 100 mil habitantes), superior às taxas do Japão, Suécia e Canadá (de cinco a oito mortes/100 mil habitantes).

As novas leis, o controle municipal do trânsito, a melhoria da segurança dos veículos e a fiscalização eletrônica não conseguiram diminuir significativamente as mortes e incapacidades.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes rodoviários são a principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos; 90% das mortes do mundo nas estradas ocorrem em países de baixa e média renda, mesmo que esses países tenham aproximadamente 54% dos veículos do mundo. Quase metade dos que morrem nas estradas é formada por “usuários vulneráveis da estrada”: pedestres, ciclistas e motociclistas.

Ainda segundo a OMS, os acidentes de trânsito rodoviário custam para a maioria dos países 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Sem uma ação contínua, a agência da ONU prevê que os acidentes no trânsito poderão se tornar a sétima principal causa de morte até 2030.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as perdas anuais devido aos acidentes de transito ultrapassem US$ 500 bilhões. No Brasil, o número de mortos e feridos graves ultrapassa 150 mil pessoas e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima que os custos totais dos acidentes sejam de R$ 28 bilhões ao ano.

 

Fonte: Darlei Luan Lottermann