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A Máscara do Cancelamento

Coluna | Inquietações

Vamos lá, o que está acontecendo com os debates?

Pela primeira vez, desde a redemocratização, temos dois lados realmente antagônicos no jogo político e democrático.

Isso tá assustando o pessoal que tomou conta da narrativa nos últimos 35 anos…

Qualquer coisa um pouco mais além do tucanato causava imenso desconforto. O teatro das tesouras, sempre tinha que continuar: “Não podemos deixar assim. Temos que endireitar esse pessoal”!

Pois é, parece que deu certo mesmo…

Quem de fato está impedindo o debate, calando adversários, criando esse ambiente de quase totalitarismo? Os extremos radicais, alimentados na cultura do cancelamento, orientados pela cartilha do politicamente correto.

Para a imensa maioria que não está disposta a se expor e entrar nessa briga, essa tática funciona. O linchamento de reputações virtuais sempre reverbera no real…

Defender posturas e ter opiniões sob certo ângulo ideológico, passou a ser “crime”. Apoiar o governo? Caso de cadeia…

Se for “crime”, vamos regular. Sempre tem um político com “ideias boas” e muito “bem intencionado”, não é mesmo?

Não basta, ainda, tentar reescrever a própria história. Tem que definir o que é real e falso de maneira absoluta.

Comitês verificadores de notícias, agências de checagem, CPI das fake news

Para mim, isso soa como: “Você é burro demais para saber o que é real (bom) e falso (ruim). Não se preocupe cidadão, eu o Estado, farei isso por você”!

O Estado, de novo…

E agora, a cereja do bolo: O PL 2.630/2020. E tem gente achando que os militares são o problema…

Que poético, a máscara precedendo a mordaça! É que agora é “democrático”…

Essas alas nunca aceitaram muito bem a sinceridade. Talvez o sarcasmo e ironia sejam mais aceitáveis. Mas aí já é “fascismo” demais…

Na guerra de narrativas, o lado certo é apenas aquele que tem mais gente a favor da própria opinião. Para essa horda, o inimigo de meu inimigo também pode ser meu inimigo. Tudo depende do humor no dia…

Veremos quão leal um cão faminto realmente é. Os corvos que você cria, podem acabar devorando seus olhos…

Guilherme Menegon Giesel
Gaúcho, Chapecoense por escolha, cientista inacabado e um entusiasmado por empreendedorismo.