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Exposição “Arte Kaingang: Kamé e Kainhru” acontece na Humana Sebo Livraria Galeria

Nesta quinta-feira (03) será realizada uma live de abertura da exposição “Arte Kaingang: Kamé e Kainhru”, às 19h. Os (as) artistas indígenas produziram objetos – utensílios como cestos, lanças, peneiras, adornos, colares que estarão à venda ao longo da exposição. Todo o recurso angariado com as vendas será transferido para a Associação dos Artesãos Kamé e Kanhru da Reserva Kondá.

Live de abertura da exposição:

Data: 3 de setembro de 2020, quinta-feira, às 19h

Com: Janaína Corá, Kelita Rodrigues e Silvia Baggio

Transmissão: desde a página do Youtube da Humana Sebo e Livraria

Visitações:

De 4 de setembro a 31 de outubro de 2020; de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h; sábados, das 9h às 12h, entrada franca (serão admitidas apenas 2 pessoas por vez para visitação por conta dos cuidados necessários à contenção da pandemia);

Ficha técnica:

Realização: Associação dos Artesão Kamé e Kanhru da Reserva Kondá e Humana Sebo Livraria Galeria

Apoio: Fundação Nacional do Índio (FUNAI)

Organização: Janaína Corá, Silvia Baggio e Kelita Rodrigues

Texto: Janaína Corá

Fotografias e catálogo: Germano Denardi

Curadoria da Humana Galeria: Daiana Schvartz e Janaína Corá

Local: Humana Sebo Livraria Galeria

Endereço: Rua Mal. Bormann, 82D, Sala 13, Centro, Chapecó, SC

Mais informações pelo fone/whatsapp: 49 3316-4566

Texto: Janaína Corá

Exposição “Arte Kaingang: Kamé e Kainhru” na Humana Sebo Livraria Galeria

Para os kaingangs da Reserva Kondá e Toldo Chimbangue localizadas em Chapecó, seria mais adequado escrever o nome da cidade da seguinte forma “Sãpe ty kó”, que significa “chapéu de palha”.

No centro desta cidade, não apenas os kaingangs foram apartados social e geograficamente (ambas as reservas se situam à margem, na fronteira noroeste) mas também linguisticamente: aconteceu com o estádio e a rua Índio Kondá que agora, domesticados, se tornaram simplesmente Rua Condá e Arena Condá.

Com muita honra a Humana Sebo Livraria Galeria recebe em seu espaço não apenas as peças criadas e laboradas pelas mãos kaingangs mas também o gesto mais do que necessário, reparatório, de se ocupar os espaços de arte e cultura com a produção simbólica e artística desta importante etnia que, atualmente, está entre as cinco mais numerosas do Brasil.

Trazer os trabalhos kaingangs à uma galeria de arte – porque arte é o que eles e elas produzem – não porque a galeria é melhor que o meio-fio da calçada mas porque tardou o tempo de olhar com a devida atenção para essa riquíssima produção, hoje reconhecida e valorizada, por exemplo, na Europa, embora ainda ignorada por muitos de nós. Além disso, há aqui também um gesto espiritual e histórico de se reverenciar aos nossos antepassados primeiros.

A mostra conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da artista Silvia Baggio, que realiza um importante trabalho de orientação e estímulo à produção junto aos kaingangs.

Os(as) artistas indígenas produziram objetos – utensílios como cestos, lanças, peneiras, adornos, colares – que estão à venda ao longo da exposição. Levando em consideração a pandemia que nos atravessa junto ao frio e à fome, tão presentes no cotidiano kaingang, propomos unir esforços para a venda dos trabalhos: todo o recurso angariado com as vendas será transferido para a Associação dos Artesãos Kamé e Kanhru da Reserva Kondá.

A exposição não faz parte da programação de aniversário da cidade de Chapecó: no dia 25 de agosto de 2020, o homem branco comemorou os 103 anos do município, observando uma peça legislativa de nº 1147 de 25 de agosto de 1917. A arte e o árduo exercício de sobrevivência kaingang nos lembra que o que se chama Chapecó já existia como espaço demográfico muito antes da chegada do imigrante branco que promoveu um verdadeiro genocídio étnico, que ainda hoje persiste, considerando a falta de políticas públicas para a saúde, a habitação e a existência kaingang.

Texto: Janaína Corá